quarta-feira, 22 de maio de 2013

Aquele sorriso.






E aquele sorriso balançava tudo. Quando estava bem, sorria divinamente. Quando estava com raiva, sorria pra disfarçar a dor. Quando estávamos caminhando, sorria por estar bem aonde quer que estivéssemos. Sorria, quando estava constrangido e ria pra não parecer sensível. Sorria quando estava alisando, por entre meus fios castanhos e ria por achá-los 'macios', como dizia você. Sorria para disfarçar o ciúme e ria pra mostrar que ele não te afetava. Sorria por confortar-se com a música que eu pus no toca discos e ria por ter se preparado para me chamar pra dançar. No meio da sala. Naquele espaço tão pequeno e ao mesmo tempo, tão grande, para nós. E estava sorrindo agora. Ao segurar minhas mãos e balançar meu corpo no ritmo da música, ao som do vento, na sinfonia da canção. Olhava pra mim e dava aquele sorriso. Sua face ruborizava e suas feições.. Ah, suas feições. Tão nítidas. E estávamos ali, parecendo dois bobos. Mas só pra nós, só entre nós, só nosso. Nosso beijo. Nossa dança. Nosso abraço revivendo tudo. E então. Sorri ao pensar que você talvez sorriria ao lembrar dessas memórias.. Ao olhar o porta retrato, que antes havia você, agora só cabe a dor da saudade. A dor da ausência. Tudo era ausência.  E então, num dia desses qualquer, vi você. Reparei no seu sorriso. Ele continuava o mesmo. Vi como você estava alegre. Em paz consigo. Vi você se afastando. Vi que você sorria pra mim... Vi que era um adeus. Um sorriso. Um Adeus. Aquele sorriso que guardei pra mim. E só pra mim. Como em uma fotografia. Em um álbum perdido.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muuuuito bom! Adorei, está de parabéns.

by: chato

Anônimo disse...

Com esse talento todo, dá orgulho dessa menina réa amarela !!

Preciso nem dizer quem é, chata réa !!

Lindo texto, mesmo.