sábado, 22 de abril de 2017

A proximidade que distancia.






O outro distante parece mais interessante. Mais misterioso. Mais intrigante. Tudo menos tedioso. Sentimos saudades. Abraçamos como quem não vê há muito tempo. Nos despedimos com aquele entusiasmo saudoso.  Quando esse outro se torna presente, habitual, corriqueiro, parece que se transforma em outro. Esse outro, agora presente, não nos causa tamanho entusiasmo. Não nos abraçamos. Não nos tocamos mais. Nos limitamos a pequenos acenos e um sorriso meia boca. Muitas vezes não há despedidas, pois o espaço é curto para o próximo encontro. Então não é preciso. Porque a proximidade distancia e a distância aproxima?

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